Duas faces

Faça um circulo de fogo em volta de um escorpião que de imediato ele se suicida. Mentira! Este artrópode não tem esse sentimento guardado em seus instintos. Ele morre pelo calor do fogo, ele se desidrata e, automaticamente, seu aguilhão se curva como se estivesse sendo encravado em sua própria carapaça. Mas bem que a ideia de que o escorpião se suicida é bem interessante, é quase filosófico, guerreiro, poético ou qualquer coisa dessas inventadas pelo bicho-homem.

Quando a pessoa diz: sou um escorpião! Ela quer dizer o quê? Sou um suicida? Um ser peçonhento e vingativo? Uma pessoa que não leva pra casa desaforo, que não aceita perder?

Então vamos conhecer o outro lado deste grupo de aracnídeo: Ele é um dos mais românticos na hora de se acasalar. Depositam seus espermatozoides (guardados numa caixinha) num substrato limpo e numa corte nupcial ele dança pra fêmea, até hipnotizá-la por completo com o seu bailado sedutor, aí segura-a pelas pinças e a traz até a sua caixinha de amor que é sugada por ela. O escorpião é um cavalheiro que dança para a sua noiva.

Então, eu entendo, que quando se diz ser um escorpião, talvez seja pela fragilidade do ser, pela maneira de se defender e pelo amor que tem pela fêmea. Não vou entrar, neste texto, no mérito da partenogênese - deixo pra outro dia.

Faça um circulo de fogo da paixão em volta de mim, que de imediato, eu danço a dança do amor. Neste caso sou um escorpionídeo.



Paulo Francisco

2 comentários: