Transgressão

Mesmo sabendo que contar estrelas eu poderia ficar com os dedos cheios de verrugas, não resistia e contava-as até o meu infinito.

Sempre fui assim, adorava transgredir. E transgredindo descobri que os adultos adoravam mentir para nós – as crianças. E, como toda criança, eu adorava imitá-los. Então, mentia desavergonhadamente. Eu era um inventor, contava as mais absurdas histórias e acreditava nelas.

Não sei se mudei tanto assim, acho que estou mais mentiroso que nunca e mais contador de estrelas que antes. Hoje não só conto, crio minhas próprias estrelas. Faço delas meu céu.

Neste exato momento, mais uma constelação surge em meu mundo celeste, Ela surge com um formato singular; tem rosto redondo, cabelos ondulados e medianos, carrega em seu ombro não um vaso, e sim um cesto de rosas, rosas vermelhas; a minha mais nova constelação está envolta por um coração, seu sorriso é a mistura do sorriso do gato de Alice com o sorriso de Monalisa de Leonardo da Vinci, depende de qual hemisfério você a observa.

Neste exato momento invento, crio uma história – só me resta encontrar a protagonista que se encaixe nela.
Quem se habilita?


Paulo Francisco



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