Enquanto ela recortava as figurinhas AMAR É... eu devorava as
crônicas da coluna de Léo Montenegro – o avesso da vida. Era divertido, sacana, e por mais ficcionais
ou surreais fossem aquelas histórias para muitos, mais eu ria com aquelas
personagens de nomes esdrúxulos com histórias tão próximas do subúrbio carioca.
Tinha de tudo em suas crônicas. Era uma miscelânea fantástica de personagens divertidíssimas como a sogra, a mulata gostosa, o português, o malandro carioca, a dona de casa e um moleque qualquer. Ler as crônicas de Montenegro era tão bom quanto se lambuzar de manga à sombra de sua árvore no fundo do quintal. Era liberdade sem libertinagem, era sacana sem sacanagem. Foi por causa de suas crônicas diárias no jornal O Dia, que eu passei a ler jornal. E foi lendo jornal que descobri vários escritores.
Tinha de tudo em suas crônicas. Era uma miscelânea fantástica de personagens divertidíssimas como a sogra, a mulata gostosa, o português, o malandro carioca, a dona de casa e um moleque qualquer. Ler as crônicas de Montenegro era tão bom quanto se lambuzar de manga à sombra de sua árvore no fundo do quintal. Era liberdade sem libertinagem, era sacana sem sacanagem. Foi por causa de suas crônicas diárias no jornal O Dia, que eu passei a ler jornal. E foi lendo jornal que descobri vários escritores.
Os nomes das personagens foi uma grande sacada – a história
contada se transformava em ficção por mais verdadeira fosse.
Lembro-me que na sexta-série eu propus a Professora Regina que tivéssemos um caderno de redação. Ela concordou e adotou. Uma vez por semana, levava os nossos cadernos para corrigir e sempre ria com as minhas histórias e personagens esquisitos – adorava imitar o Léo, inventando nomes esquisitos para os meus personagens.
Lembro-me que na sexta-série eu propus a Professora Regina que tivéssemos um caderno de redação. Ela concordou e adotou. Uma vez por semana, levava os nossos cadernos para corrigir e sempre ria com as minhas histórias e personagens esquisitos – adorava imitar o Léo, inventando nomes esquisitos para os meus personagens.
A revista em
quadrinhos também era uma paixão. Devorava todas que encontrava a minha frente.
Quando chegava à página das histórias sem diálogos pegava o lápis e fazia a
minha própria história dentro dos balões. Divertia-me com as onomatopeias mesmo
sem saber o que fazia tinha esse nome.
Quem nunca brincou de forca? Pois é, lia bula de remédio só
para achar nomes esquisitos – era muito bom enforcar os outros.
O Léo não foi o meu primeiro livro porque ele não escreveu
nenhum. Mas lendo as suas crônicas acabei me interessando por outras leituras.
Qualquer hora dessas eu conto sobre as histórias das páginas
amarelas de uma certa revista. Mas aí foi numa outra fase de minha vida.
Paulo Francisco
Paulo Francisco
Crônica perfeita, muito bem construída! Meus parabéns, Paulo...sempre é um prazer ler vc! bjos..
ResponderExcluirAs memórias do passado,
ResponderExcluirNão são passado, pois não.
São o retalho acabado,
Feito de renda ou brocado,
Mas ainda "cá" estão.
Abraços
SOL
Paulo, tudo é fruto de sua criatividade. Ler bula para encontrar nomes esquisitos me fez rir. Há pedaços de vida que são engraçados, mas que constituíram trampolim para algo maior. Creio que as palavras sempre fizeram parte de sua essência. Bjs.
ResponderExcluirEu pedia para minha mãe comprar todas as sexta-feira revista em quadrinhos.
ResponderExcluirAdorava ler, mônica ,cascão,todas elas,eu era fascinada.
Mais ler bula para achar nomes esquisitos,eu nunca fiz rs.
Adorei ler,muito legal.
Beijos.
Gosto dos seus contos, das suas crônicas, das suas poesias, dos seus personagens.
ResponderExcluirVocê escreve de uma forma que muitas vezes confundimos o autor com os personagens, e isto é bom para o leitor, prende a atenção.
beijão
ResponderExcluirOlá Paulo,
Adoro ler estas passagens de sua vida, contadas de uma maneira tão gostosa de ler.
Achei engraçado você ter lido bulas de remédios à caça de nomes esquisitos para 'enforcar' os amigos-rsrs.
Pois é, o gosto pela leitura começa assim, através de leituras descompromissadas que nos envolvem enquanto crianças.
Tenho até hoje um álbum de figurinhas AMAR É... Adorava!
Beijo.
Oi Paulo querido
ResponderExcluirAdoro ler as suas histórias...
Tão verdadeiras que até parece que eu vivi junto...
Beijos
Ani
Crônica maravilhosa amei em visitar esse blog sucesso
ResponderExcluirCanal:https://www.youtube.com/watch?v=EgeQXJjUpSQ
Blog: http://arrasandonobatomvermelho.blogspot.com.br/
OI PAULO!
ResponderExcluirTUA CRÔNICA ESTÁ PERFEITA, GOSTEI MUITO.
ABRÇS
-http://zilanicelia.blogspot.com.br/
Ah!!! eu gosto muito de tudo isso. minha mãe sempre lia esse avesso da vida e a gente ria muito. Vou esperar a da certa revista.
ResponderExcluirAbç
Grande, Paulo! Não deixa nada a desejar dos nossos cronistas famosos! Gostei demais e destes uma pista ótima para encontrar senhas nas bulas! Abraço grande!
ResponderExcluirMuito bom esse seu texto.
ResponderExcluirParabens!
Olá, Paulo.
ResponderExcluirSeu comentário me remeteu há anos. Também sou fã do Léo Montenegro. Li há algum tempo que seu sobrinho, Marcelo Ramos, iria publicar um livro com reuniões das crônicas de Avesso da Vida, e boa parte já estava digitalizada, mas acho que até hoje não vingou.
Quem souber de alguma novidade sobre o assunto, peço a gentileza de informar.
Forte abraço,
Leo Nunes.