A neblina se dissiparia a qualquer momento e ele sabia disso. Então, calmamente espera o inevitável. O homem não se arriscaria numa estrada que pouco conhecia e espera para seguir viagem quando tiver certeza de sua visibilidade.
Conhecedor de várias outras estradas, observa os afoitos que acabam ficando no meio do caminho; os arrependidos, que voltam de marcha-ré para o ponto de partida – é divertido.
Em seu confortável carro, ri do desespero de uns e da raiva de outros. O homem parece não ter pressa, sabe que o nevoeiro é momentâneo – então pra que a pressa?
A sua calma poderia ser confundida com medo e era possível que estivesse com um pouco de medo – era macaco velho.
Acomodado em seu veiculo, acaba cochilando.
Ao acordar, nota que a névoa densa se dissipara. Tranquilo, sai de seu carro, olha para o horizonte e, pode ver claramente as curvas sinuosas daquela a ser percorrida – sorri de satisfação.
Já seguindo viagem, encontra uma lombada aqui, um quebra-mola ali, buraquinhos traiçoeiros, inesperados. Assim ele segue, desviando de cada obstáculo encontrado – não são muitos, a estrada foi reformada.
Quanto mais prossegue em seu caminho, mais o dia se transforma num azul brilhante e agradável.
No final do percurso, o homem pôde ver o pôr-do-sol prenunciando uma linda noite lua!
Com os seus pés molhados pelas ondas do mar, sente o frescor da brisa em seu rosto e sorri. Conheceu pontos fantásticos da nova estrada, locais perfeitos para longas paradas, outros onde bastava seguir devagarzinho para apreciar o que ela tinha de melhor. Deu um berro, imitando um selvagem, sinalizando com sua voz o território conquistado.
Agora, quem disse que ele quer ir embora? A estrada é perfeita em dias ensolarados. Ele olha para cima e não percebe uma nuvenzinha cor de chumbo se formando. Certamente, prenúncio de uma forte tempestade - Ciclo natural em qualquer lugar do mundo.
Somente um tolo pensaria o contrário...
Paulo Francisco
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