Ele estava totalmente perdido, perdido em seus pensamentos. Viajava pra mundos distantes, talvez para um único mundo – o dela.
Entre a realidade e o sonho; entre o vento e o sol; entre a sombra e a chuva, lá estava ela, sempre ela.
E num destes dias de outono, entre folhas amareladas e patativas insistentes em galhos adormecidos, ele escuta um cantar fino e melancólico. Não, não era uma das patativastristes, era um cantar feminino; era uma voz quase infantil de tão doce.
Admirado com a presença da mulher cantando e tocando violão, no gramado daquele parque, ele se perde em lembranças e sonhos.
Uma, duas, três músicas e, seu encantamento é desfeito, por um borrão contra o sol. Era o par da moça com sorriso de menina.
Enquanto o casal se beija, ele levanta daquele banco de madeira, assustando os pássaros por ali pousados.
O sonhador caminha em passos curtos em direção ao seu carro e, já dentro do veiculo, abre sua pasta e tira um aparelho e, em pouco tempo, lá estava ele de novo a sonhar, ouvindo a única coisa que restou dela – uma canção.
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