Era a maior felicidade do mundo quando encontrava o que eu
achava ter perdido. Obviamente não o
tinha perdido, simplesmente esquecia onde estava guardado. Foi assim a minha
vida inteira. Entrava em desespero pelo menor descuido. Tornava-me um louco à
procura do invisível.
A sensação da perda é indescritível. O desespero batia forte
na alma. Mostrava-me desequilibrado e mais perdido que a minha própria perda
momentânea. Próprio de quem anda
distraído.
Sentir-se perdido. Era desesperador quando a mão de quem me
segurava e me guardava escapava de mim. Olhava ao redor e um vazio ocupava o
meu peito pelo medo do desconhecido. Tudo ficava distante e ao mesmo tempo
grande, monstruosamente grande.
Antes eu gritava e
chorava até ser encontrado. O meu grito e o meu choro serviam de alerta. Eram
sinais enviados ao mundo que eu estava literalmente perdido. Eu ainda choro.
Mas somente quando estou só. Choro sozinho pra não ser achado. Choro e grito
por um amor partido, por um amor perdido. Choro pelo abandono.
Hoje, eu encontrei algo que há muito estava esquecido.
Fiquei surpreso por encontrá-lo num lugar tão obvio em minha vida. Foi a maior
felicidade do mundo quando eu encontrei o que achava estar perdido pra sempre.
Obviamente não o tinha perdido, simplesmente esqueci-me de onde o tinha
guardado – em meu coração.
Paulo Francisco
Gostei muito de ler seu texto ele é tudo de bom.
ResponderExcluirLindo esse seu amor, mas você resolveu guarda-lo em seu coração.
Já parou pra pensar que poderia ser feliz?
Um abraço.
Lindo de ler e fácil de entender, os apegos e os abandonos, a sensação de se estar perdido, de ter perdido algo ou alguém, mas o pior das perdas em meu entender é o perder-se de si mesmo!
ResponderExcluirEstás bem aí, dentro do seu coração, você, meu amigo querido de alma linda!
Abraços!
Realmente é um lindo texto!
ResponderExcluirBoa tarde.
Ah, meu amigo! Encontrar o coração. Existe ventura maior? Desconheço. Parabéns pelo texto, sua prosa poética é tudo de bom! Bjs Marli
ResponderExcluir