Durmo contemplando o céu marinho, acordo com ele azulzinho. Não gosto de discursos, gosto mesmo é de poesia. Odeio conversas fiadas, mas adoro uma boa história contada.
Paternal
Eu não sabia o que fazer com aquelas palavras. Fiquei em choque. Nenhuma reação. Olhos cerrados e mente confusa. Esbocei uma reação, mas meu corpo impediu-me. Então, só me restou continuar ouvindo e colecionando as duras palavras. Cada palavra um murro; uma seta certeira em meu coração. Como ele me conhecia. Soube atingir-me no fundo de minha alma.
Perverso – pensei.
Cruel – tornei a pensar.
Levantei e segui em frente. Hoje penso que foi melhor assim.
Por quê?
Bem.... deixa pra lá!
Não vou entrar em detalhes.
Tenho certeza que ele sabe que meu amor por ele é o maior do mundo.
Isto me basta.
Paulo Francisco
Fase negra
Totalmente perdida, a Lua, quase nua, passeia de mão em mão. Abandonada e ferida mostra uma falsa alegria, procurando um recomeço.
Um dia prateada, outro dia dourada, e mesmo assim, continua a procurar.
Inveja as estrelas, que brilham mesmo depois de mortas. E, ela viva, redonda e cheia mingua de desgosto.
Totalmente perdida e abandonada continua passeando de mão em mão...
Quem sabe, coitada! Em uma dessas paradas, ela encontra a mão de um verdadeiro amor.
Paulo Francisco
Ninho vazio
Eram mais que pérolas; mais que ouro. Brilhavam mais que diamantes. Raramente tirava do pescoço aquele colar feito de conchinhas coletadas na areia da praia pelo seu único amor – seu filho. Filho que agora partiu egoisticamente.
Era mais que água; mais que mar – era o oceano que levara seu filho para longe.
Ela, sentada olhando para o nada, pensa:
¨Aquela filha da puta tinha que morar no Japão!?¨
Paulo Francisco
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