O inseto verde entrou como um raio atraído pela luz daquele ambiente – era uma esperança. Com suas asas em forma de folha, ele permaneceu estático, contrário a sua natureza, ficou em evidência na parede de cor pêssego.
O que ele faria ali, num ambiente tão diferente do seu? Não seria um suicídio se expor?
Aquele pequeno ser foi atraído pela luz artificial. Não conseguiu diferenciar a luz do dia e, no desespero da noite sem lua, voou para o primeiro clarão que viu.
Ainda é noite e há perigo lá fora.
O inseto permaneceu inutilmente em sua posição de camuflagem – estático como uma folha – naquela amplidão cor de pêssego.
Confiante, resolveu investigar aquele lugar tão novo e acolhedor. Não voou, andou. Caminhou pela superfície frisada, mexia com as suas pernas dianteiras, como estivesse se limpando.
Seu canto agudo anunciava sua felicidade em poder estar fora de perigo.
A alegre cantante passou a voar de uma parede a outra. Seu canto era claro e forte. Sua confiança era absoluta.
E num destes vôos dançantes de felicidade, a surpresa: ZAPT! A esperança foi morta por um calado réptil que a observava atentamente.
Foi engolida por uma lagartixa.
Paulo Francisco
Quem espera sempre alcança.
ResponderExcluirComo dizia a minha avó a esperança é a ultima que morre!