Noturno

 


Noite calma, alma sossegada. A noite veio em brisa, em vento miúdo, em céu adornado de estrelas; ela veio acompanhada de seu silêncio, que de quando em vez, era cortado pelos pios curto e longo da dona coruja – a noite veio para acalentar o corpo e a alma.

A noite não era de Pessoa ou de Cecília, tampouco de Vinicius. A noite era minha, só minha. Cúmplices, tínhamos segredos, desejos mundanos e divinos. Ela veio em calmaria. Acariciando a nuca e soprando a derme nua. Ela veio vestida de seda. Enfeitada com seu colar de estrelas.

A noite veio calma para sossegar a alma. Ela veio para guiar-me até à luz do dia.

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