Os meus sonhos
recorrentes sobre a matemática cessaram faz um tempinho. Espero que seja pra
sempre. Era o mesmo sonho por décadas. Se tivesse que escolher, preferiria os
pesadelos com palhaços – nunca gostei da imagem desses mascarados. A palhaçaria
que me perdoe, mas que dá medo... Ah! isso dá! A taquicardia causada pelo
pesadelo sobre a matemática era tão forte que ao acordar não conseguia dormir
de novo, era uma confusão entre o real e o virtual.
A velha gorda,
moradora da casa antiga, sentada numa poltrona puída próxima à janela continua
aparecendo – no entanto não me causa medo, mas pena!
Um quintal
claro, florido, tão lindo e ela à sombra daquele ambiente melancólico e
empobrecido. Será castigo? Punição? Um tipo de autoflagelação? Toda vez que tenho
esse sonho, acordo pensativo. Pois, não consigo ver o seu rosto. Tenho a
impressão que a conheço, que a velha gorda pertence ao meu passado. Não o meu
passado de infância onde as mulheres eram extravagantes, quase fellinianas. Um
passado mais recente. Será que ela existiu e eu apaguei da memória e agora me
aparece fragmentada? Sei lá! Mas que ela é esquisita não tenho dúvidas. Será
que a velha gorda, com aquele cabelo escorrido é um fantasma?!
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