Ao abrir os olhos, eles sorriram numa espontaneidade quase infantil. Viram a esperança de um dia de sol. Menos roupa. Mais liberdade para andar e observar o dia numa claridade azul. Não gosto de dia cinzento – entristece-me; não gosto de dia molhado – diferente dela que me disse adorar andar na chuva, molhar o corpo, mesmo que totalmente vestida. Meu corpo enrijece e teima em querer ficar na cama em dias assim. No inverno, torço pra chegada do veranico; no inverno, sonho com a primavera – ainda que não seja a estação preferida.
- Menino, vai vestir um casaco!
Sempre que ouvia essa frase, perguntava-me: Pra quê? Vou tirar na primeira oportunidade. Moleque que brinca na rua, não sente frio, não está nem aí se o céu está cinza ou azul. O lema era brincar e brincar. E se o frio apertava, uma fogueirinha de papel e gravetos bastava para uma nova diversão.
Hoje, fecho os olhos na esperança de poder caminhar entre as cores da próxima estação.
Hoje, fecho os olhos na esperança de um amanhã de sol. Já não corro mais e nem faço fogueirinha de papel.
Tem sol por aqui. No mundo da poesia, onde você sempre é convidado, bate na porta, mas não vem!
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