Ao abrir os olhos, eles sorriram numa espontaneidade quase infantil. Viram a esperança de um dia de sol. Menos roupa. Mais liberdade para andar e observar o dia numa claridade azul. Não gosto de dia cinzento – entristece-me; não gosto de dia molhado – diferente dela que me disse adorar andar na chuva, molhar o corpo, mesmo que totalmente vestida. Meu corpo enrijece e teima em querer ficar na cama em dias assim. No inverno, torço pra chegada do veranico; no inverno, sonho com a primavera – ainda que não seja a estação preferida.
- Menino, vai vestir um casaco!
Sempre que ouvia essa frase, perguntava-me: Pra quê? Vou tirar na primeira oportunidade. Moleque que brinca na rua, não sente frio, não está nem aí se o céu está cinza ou azul. O lema era brincar e brincar. E se o frio apertava, uma fogueirinha de papel e gravetos bastava para uma nova diversão.
Hoje, fecho os olhos na esperança de poder caminhar entre as cores da próxima estação.
Hoje, fecho os olhos na esperança de um amanhã de sol. Já não corro mais e nem faço fogueirinha de papel.
Tem sol por aqui. No mundo da poesia, onde você sempre é convidado, bate na porta, mas não vem!
ResponderExcluirQue texto lindo! Também não gosto de dias cinzentos e chuvosos. Só se for pra ficar deitado o dia todo! Que hoje dia é quase impossível...
ResponderExcluirAh, e quanto as crianças brincando nas ruas, se tornou raro. Tão raro, que quando vejo, paro pra observar aquela cena rara.
Na nossa época era muito bom ser criança, hoje é só Internet.
ResponderExcluirEu também não consigo correr, a idade chega tudo muda
Adorei, fez-me lembrar dos bons tempos. Boa noite, Paulo.
Lindo! Ainda passaremos por muitas estações, Paulo! Devagar, sem a mesma intensidade de tempos atrás, mas persistiremos!
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