Ele olhou pra
mim e metralhou:
- Veja bem! Não estou nem aí pra determinadas coisas. Faço-me de desentendido pra não me aborrecer com tanta imbecilidade. Quem conversa com porta é maluco.
"Quem
dera fosse verdade!"
Continuei a
ouvi-lo. Falou de futebol, do trânsito, de políticos, praguejou a sua
ex-mulher, reclamou do filho mais velho e de repente:
- Você não fala
muito né?
Olhei para
aquela cara vermelha de nariz pontudo e o respondi com um sinal apontando para
minha garganta e falando baixinho e rouco:
- Garganta
inflamada.
O vermelho
abanou o braço pra cima, resmungou alguma coisa e saiu falando sozinho.
Olhei sério
para o dono do bar do outro lado do balcão, e depois de alguns segundos,
danamos a rir.
Falei alto e
bom som:
- Desce uma
cerveja bem gelada pra tirar a poeira da garganta.
A mocinha
sentada perto de mim exclamou:
- Vixe! dá
trela pro senhor vê.
Gargalhei mais
uma vez.
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