A noite derramava estrelas. Caminhávamos sob a luz da lua. Éramos
errantes noturnos viajando em calçadas que choravam sereno. Voltávamos pra casa,
exaustos, com o corpo sofrido e a alma feliz. Eram assim nossas noites de finais
de semana em bailes nos subúrbios do Rio.
Vivíamos em bando,
vivíamos em sonhos, sonhávamos com futuros brilhantes, mesmo que fossem somente
sonhos. Não sei o que aconteceu com o grupo que convivi num curto período de
minha juventude, fui obrigado a me distanciar por motivos diversos. Também não
sei se gostaria de saber o que aconteceu com cada um deles. Prefiro lembrá-los
assim, como eu descrevi. Melhor sabê-los desse jeito a saber que cada dor
existente em mim faz parte de suas vidas. O passado só é bom ser lembrado quando
se vive o inesquecível.
Estava caminhando, numa das minhas madrugadas de insônia, pelas
calçadas molhadas de minha cidade, quando avisto um grupo de meninos e meninas
caminhado em algazarras vindo em minha direção. Nitidamente pude voltar ao tempo
e lembrá-lo com satisfação das minhas noites molhadas de sereno.
Éramos jovens
sonhadores com os pés no chão. Mesmo que este chão fosse forrado de
estrelas.
Paulo Francisco
Ahh a juventude que faz de nós exímios sonhadores, a juventude que faz de nós sempre infinitos, mas que mais dia menos dia acaba se despedindo de nós.
ResponderExcluirBela lembrança.
Beijos
eraoutravezamor.blogspot.com
semprovas.blogspot.com
Adoro ler suas postagens.
ResponderExcluirVocê vai abandonar esse blog também?
é uma pena porque escreves muito bem!
Um abraço.