Hoje, eu estou naqueles dias de desejos. Naqueles dias de sentir sabores excêntricos; de experimentar algo já vivido. Hoje acordei assim, um tanto ontem; um tanto amanhã. Tem dias que a gente não sabe por que levantou. O céu continua ali estampado em azul e branco, os raios se espalham em leque e, você ainda não sabe como respirá-los.
Costumo dizer que a minha tristeza é volúvel, logo, logo, ela arruma alguma coisa pra fazer. Mas hoje eu não acordei triste. Acordei com vontades: vontade de ontem; vontade de sentir cheiros que ainda não experimentei; vontade de fechar os olhos e cair em algum lugar já conhecido, já vivido – mesmo que seja vivido em vontades.
Hoje eu acordei com vontade de você.
Acho que hoje eu queria ter a surpresa de uma carta. Uma carta perfumada, escrita à mão com letras desenhadas e que começasse assim: Meu amado Paulo... É, hoje acordei com vontade do tempo de cartas, do tempo em que a resposta demorava uma semana. Que a sensação da espera era sempre uma batalha interna. E o prazer estava no perfume do papel.
Sei lá...
Hoje eu acordei estranho, esquisitão mesmo. Ouvi músicas antigas, fiz a barba à navalha, me arrumei para ir lá fora e acabei no sofá com o livro de Fernando Pessoa.
Hoje, eu acordei com uma vontade danada de receber carta de amor.
Paulo Francisco
Espero sinceramente que você receba tua carta de amor. Quanto a mim, gostei muito de seu texto. Parabéns!! Bjs, Marli
ResponderExcluirQuem sabe você recebe a tal esperada carta de amor.
ResponderExcluirLindo texto amei. Beijinhos.